INOCULANTES MICROBIANOS
Na Agronomia, trabalhos principalmente com testes de eficiência agronômica de inoculantes, tanto a campo como em casa de vegetação. Nesses trabalhos, buscamos indicar microrganismos que permitam a redução de fertilizantes na agricultura brasileira, gerando menor custo de produção e minimizando impactos negativos desses insumos no ambiente. Trabalhamos principalmente com soja, milho, jiggs e tifton no verão.

Semeadura na safra 19/20. Na foto, Heraldo Kemer, engenheiro agrônomo que agora trabalha na Bayer.

Fotos de experimento feito com milho na safra 15/16. À direita, milho cultivado de maneira tradicional, utilizando-se fertilizantes. À esquerda, milho com adubação reduzida (75%) e uso de Pseudomonas e Azospirillum. Na foto, Joatan Clamer, que atualmente trabalha na Biosphera.
Já no inverno, estudamos trigo, aveia e azevém. Outras culturas estudadas incluem alho, alface, cebola, tomate e cenoura.
Desde 2012, esses estudos são feitos junto a empresas produtoras de inoculantes como a Total Biotecnologia, Biotrop e Rizobacter. O principal objetivo é reconhecer microrganismos que possam ser recomendados para uso agrícola e comercializados no Brasil. O papel da UFSC, perante o Ministério da Agricultura, é realizar relatórios técnico-científicos atestando que os microrganismos são eficientes e, portanto, podem ser registrados no Ministério.
Ao longo dos trabalhos do GMicro, já foram gerados 10 relatórios técnicos para registro comercial de inoculantes!

Luiz Concari, trabalhando em seu experimento com aveia no município de Campos Novos.

Rubi Marcelo e uma das suas cachorras de estimação, em experimento com aveia preta em Brunópolis.
Os trabalhos relacionados a pastagens são feitos em colaboração direta com a EMBRAPA Soja, apoiados pela Dra. Mariangela Hungria, uma das cientistas mais influentes em nível mundial. Estudamos espécies de bactérias fornecidas pela EMBRAPA e buscamos avaliar seus benefícios para pastagens ainda não estudadas, ampliando assim a rede de pesquisa sobre inoculação multifuncional de pastagens. O uso de microrganismos nas pastagens pode reduzir o uso de fertilizantes e também melhorar características que são interessantes para os animais, tais como teor de proteína e produção de mais folhas. Os projetos são desenvolvidos em parceria com a Leitaria Gemelli e a prof. De Forragicultura da UFSC, Dra. Kelen Cristina Basso. As pesquisas estão ligadas ao O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Microrganismos Promotores de Crescimento de Plantas (INCT-MPCP-AGRO). Confira maiores informações sobre esse instituto em: https://www.microagro.com.br/

Abilio Spautz Neto e Gabrielle Seeber trabalhando na inoculação de pastagens na Fazenda Gemelli – Curitibanos.
MICROBIOLOGIA DA ÁGUA
Outra linha de pesquisa é relacionada com a ocorrência de coliformes e resistência antimicrobiana em águas de rios e poços, bem como solos, da região de Curitibanos. Avaliamos a qualidade microbiológica da água e buscamos identificar fatores a ela relacionados, trabalhando juntamente com os professores Joni Stolberg e Nei Kavaguichi Leite, ambos na UFSC.

Professores Joni Stolberg e Sonia da Cruz, juntamente com a aluna de Engenharia Florestal, Julia Proença, em coleta de água do Rio Marombas.
Nesses trabalhos, verificamos que a água de poços e rios da região é comumente contaminada por coliformes, bactérias que podem estar ligadas à transmissão de doenças. Além disso, grande parte das bactérias encontradas é resistente a antibióticos. Isso significa que se a água for consumida pelas pessoas, e as bactérias causarem uma infecção, o tratamento com antibióticos será ineficiente, e em alguns casos, pode inclusive ocorrer óbito.
As projeções da Organização Mundial de Saúde apontam que em 2050 as infecções por bactérias resistentes a antibióticos serão a principal causa de morte no mundo todo. Nesse sentido, todo esforço de pesquisa básica e aplicada é fundamental para que possamos entender melhor esse problema e, principalmente, combatê-lo.
Nosso atual projeto nesse tema é financiado pela FAPESC e abrange áreas de estudo em 4 rios da região de Curitibanos. Abaixo você pode conferir algumas fotos de alguns pontos de coleta de água e, infelizmente, a qualidade comprometida dos recursos hídricos da nossa região. Lembre-se: como grande parte da população do interior não tem acesso à água tratada pela CASAN, é essa a água utilizada para beber e realizar higiene pessoal, infelizmente.

Água do Rio Pessegueirinho, com sinais de poluição, turbidez e, inclusive, pneu que foi jogado como lixo no rio.

Aspecto da água consumida por um grupo de famílias no interior de Curitibanos. Nota-se a falta de proteção do poço, bem como turbidez, que estão relacionadas a altos índices de contaminação microbiológica da água.
MICROBIOLOGIA DO SOLO
Nesse âmbito, temos um grandioso projeto que busca avaliar os efeitos de inseticidas, herbicidas e antibióticos sobre a atividade de fungos micorrízicos arbusculares. Esses microrganismos estão distribuídos nos solos do mundo todo e contribuem de maneira significativa para o crescimento e nutrição de 90% das plantas existentes! Apesar desse papel essencial, pouco se conhece sobre o efeito desses químicos na atividade desses fungos.
O projeto é financiado pelo governo alemão (UBA – https://www.umweltbundesamt.de/en/the-uba). As atividades de pesquisa são realizadas pela Universidade de Tartu, na Estonia (https://ut.ee/en), Universidade de Coimbra em Portugal (http://cfe.uc.pt/paulosousa) e, no Brasil, pela UDESC (Campus de Lages) conjuntamente com o GMicro da UFSC.

Julia Ganen em atividade de laboratório, preparando meio de cultura para estudo dos fungos micorrízicos.